Encontrando o Máximo que existe
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Encontrando o Máximo que existe

Encontrando o Máximo que existe

Novamente, “O reino do céu é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía e a comprou” (Mateus 13:45-46).

Os antigos consideravam as pérolas como extremamente preciosas e ficavam fascinados por elas, como os modernos ficam com grandes diamantes. Explicações misteriosas eram dadas para sua formação e somas fabulosas eram pagas para possuí-las. Por esta razão os mercadores dos tempos antigos esquadrinhavam o mundo em busca dos mais belos espécimes e, consequentemente, proveram Jesus com uma ilustração muito irresistível da busca pelo máximo, o mais alto bem.

A mensagem da parábola do grande preço e a do tesouro escondido no campo são claramente a mesma. Os homens, em ambas as parábolas, reconhecem o valor do que encontraram e não hesitaram em vender tudo o que tinham para possuí-lo. Nenhum deles teve que ser seduzido ou engambelado para agir. Eles se movimentaram com alegre abandono. Assim, diz Jesus, é o reino do céu. Ele custa tudo o que possuímos, mas é o bem de mais alto valor, o tesouro incomparável e a alegria de obtê-lo suplantará qualquer sentimento de perda. O custo do discipulado era um tema frequente com o Senhor. Ele não queria nenhuma desilusão (Lucas 9:57-62). Sua linguagem era frequentemente pitoresca. “Se alguém vem a mim e não aborrece seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:26). Tais afirmações eram a expressão prática de sua exigência de absoluta lealdade. Aqueles que o seguiam tinham de ser preparados para abandonar tudo por amor a ele (Mateus 16:24-25).

Como é, alguém pergunta, que um reino dado pela graça de Deus tem que ser comprado a um preço tão alto? Primeiro de tudo, o valor incomparável do reino do céu coloca-o além da possibilidade de compra. Quando Deus dá a pessoas pecadoras o que elas não têm absolutamente nem direito nem capacidade de obter, isso tem que ser uma doação. Mas, por definição, o dom do reino ou do domínio de Deus não pode ser possuído por aqueles que não se entregarem totalmente a ele. O preço que pagamos para sermos seguidores de Cristo não é em coisas, mas em nossa avassaladora afeição por elas; não em pessoas, mas em nosso preeminente compromisso com elas; e não em posição ou prazer, mas em nosso amor primordial por eles. O reino de Deus é encontrado onde “Cristo é tudo” (Colossenses 3:11).

(Colossenses 3:11) – Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.

 Tudo o que somos e temos precisa ser usado para servi-lo.

Mas se Jesus, nestas duas parábolas, fala do custo do reino, isso não é seu impulso principal. Nosso Senhor não nos chama pelo custo do discipulado, e sim pelas alegrias transcendentes de segui-lo. Não podemos persuadir um homem a atear fogo em sua casa dizendo-lhe como isso é deplorável. Se for uma pocilga, é a única que ele tem. Mas se lhe garantirmos alguma coisa muito melhor, ele alegremente a queimará e dançará em volta das chamas. Os dois homens desta parábola não abandonam tudo por causa de algum ascetismo perverso, mas porque encontram alguma coisa tão superior que faz com que aquilo que eles têm agora pareça nada. Assim, Paulo, ao jogar fora como lixo tudo o que ele anteriormente tanto estimava não fez um exercício de rilhar os dentes em negação de si mesmo, mas reagiu ao transcendente valor de Cristo (Filipenses 3:8-10).

(Filipenses 3:8-10) – E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,

– E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;

 – Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;

 Como ele escreveu tão vigorosamente em Colossenses, “Cristo é tudo” (3:11), “a plenitude da Divindade” (2:9)

(Colossenses 2:9) – Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;

, aquele “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (2:3). Quando os homens verdadeiramente veem “a Glória de Deus na face de Cristo” (2 Coríntios 4:6),

(II Coríntios 4:6) – Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.

 não podem mais ficar contentes com as fumaças e espelhos deste mundo. “Não é louco aquele que dá o que não pode ter para ganhar o que não pode perder”

Mas, como foi observado antes, há alguma diferença entre estas duas parábolas semelhantes. O homem que encontrou o tesouro escondido descobriu-o totalmente por acidente. Ele ficou surpreso e tomado pela alegriaO comerciante, por outro lado, tinha uma questão séria. Se houvesse alguma surpresa, foi porque ele encontrou o que estava buscando em uma única pérola. Frequentemente nós imaginamos onde poderemos encontrar pessoas potencialmente adequadas para o reino. Estas duas parábolas nos dão a resposta. Elas aparecerão na forma de almas sinceras como a do nobre etíope ou a do soldado italiano, Cornélio, que estavam conscientemente procurando o reino. E serão encontradas entre aqueles como a mulher samaritana, cujas vidas estão ocupadas com o mundano e o imoral e não dão sinal de preocupação espiritual. Estes aguardam apenas a aproximação preocupada de um discípulo daquele que veio buscar e salvar os perdidos.

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