Personalidade de Jacó
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Personalidade de Jacó

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Jacó nos demonstra a vida de serviço. O chamado de Deus não é para poucos escolhidos, é para todos. Ouvir ou não o chamado de Deus depende do estado em que se acham meus ouvidos. O que ouço depende da minha disposição. “Muitos são chamados mas poucos escolhidos”, ou seja, poucos se revelam como os escolhidos. Jacó:

  • é o obreiro completo, sempre com as
  • mãos ocupadas
  • seu serviço é incansável
  • comete erros, às vezes, todavia há benção, pois no coração a motivação é boa
  • um dia Deus toca a coxa do servo e o ensina a ser também um príncipe na oração
  • Jacó oferece um exemplo de atividade zelosa, trabalho e serviço.
  1. Ele viu a casa de Deus – Betel (Gn 28)
    2. Ele viu a face de Deus – Peniel (Gn 32)1. Betel – a Casa de Deus (Gn 28)(a) A Casa de Deus – o lugar da presença divina.Nunca devemos nos esquecer da promessa de Cristo: “… de maneira alguma te deixarei nunca jamais te abandonarei …” (Hb 13:5). A presença pessoal dEle é prometida a Seus seguidores: “… e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século…” (Mt 28:20). “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mt 18:20). “Entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que Ele estava em casa…” (Mc 2:1). Por isso Paulo na sua primeira carta aos Coríntios diz: “Se entrar algum incrédulo e indouto… (ele terá que confessar)… Deus está de fato no meio de vós.” (1 Co 14:25).Havia areia, pedras e arbusto e não havia um prédio bem bonito e adornado. Pode haver um prédio bem bonito mas se Ele não estiver presente nada aproveitará. Quer na vida individual do cristão ou na comunhão da igreja, a presença divina é absolutamente essencial. Sem Cristo no meio o cristianismo se torna apenas ritualismo.(b) A Casa de Deus – o lugar de administração divina: “é a casa de Deus, a PORTA dos céus.”Quando lemos da porta no Velho Testamento, sempre traz a idéia de administração. “Ló estava assentado à porta de Sodoma…” (Gn 19:1) A entrada da cidade era o centro da atividade pública, era o lugar de administração. “Boaz subiu à porta da cidade, e assentou-se ali.” (Rt 4:1) A porta da cidade servia como um foro de negócios públicos, de administração. Ali “Boaz tomou dez homens da cidade…” (v 2).

    O lugar da presença divina é o lugar da administração divina. Onde Deus reina, Ele ordena. A igreja local é o lugar de administração divina. Estas verdades são destacadas em Mateus 18: “onde estiverem dois ou três reunidos… ali ESTOU” – a presença divina.

    (c) A Casa de Deus – o lugar da comunhão divina.

    Há uma escada na terra cujo topo atingia o céu (v 12). O que é a escada? Nos faz lembrar das palavras do Senhor Jesus a Natanael: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” (Jo 1 ). Que verdade preciosa. Há Um que abriu o caminho à presença de Deus. Ele quer que nós estejamos apreciando a comunhão com Deus.

    Os anjos de Deus subiam e desciam por ela (não descendo e subindo). Os anjos querem entender da importância também da Casa de Deus. Há “coisas que os anjos desejam bem atentar” (1 Pe 1:12). Há irmãos que pensam que os anjos não tem nada a ver com a igreja. Acham que se associam exclusivamente com os judeus. Mas o escritor que fala mais a respeito dos anjos de que qualquer outro escritor no Novo Testamento, era gentio e Lucas no seu evangelho mostra os anjos em relação ao Redentor e nos Atos em relação aos redimidos.

    (d) A Casa de Deus – o lugar de adoração belíssima.

    “Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada…” (Gn 28:18). Foi exatamente isto que Abraão fez em Gênesis 22 – “levantou-se, pois, Abraão de madrugada…”. “… Eu e o rapaz iremos até lá e, havendo ADORADO, voltaremos” (Gn 22:3). Jacó vai fazer exatamente o que o avô dele tinha feito. Observe-se o que ele fez. “Tomou a pedra que havia posto… e a erigiu em coluna sobre cujo topo entornou azeite.”

    Paulo, escrevendo sua primeira carta a Timóteo descreve a igreja de Deus como “coluna e baluarte da verdade” (1a Tim 3 v 15). A igreja local deveria ser alicerçada na verdade, a verdade da Palavra de Deus. Deve também manter a verdade como uma coluna. Acredito que a coluna é na Bíblia uma figura da Palavra de Deus, e o azeite é uma figura do Espírito Santo de Deus. Nos faz lembrar as palavras do Senhor Jesus à mulher em João 4:23 “…vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em verdade.”

    Há duas coisas essenciais na ADORAÇÃO. O Espírito de Deus e a Palavra de Deus. Que haja irmãos que tenham o desejo de adorar em espírito e em verdade. A vida de Jacó começa (Gn 28) e termina (Heb 11) com adoração. “Pela fé, Jacó quando estava para morrer … e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, ADOROU.” (Hb 11:21). Fisicamente fraco mas espiritualmente forte.

    Adoração, a última experiência na terra e a primeira experiência na glória.

    (e) A Casa de Deus – o lugar de consagração.

    “Fez também Jacó um voto (o primeiro voto na Bíblia): Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada… o Senhor será o meu Deus.”

    Ele está avançando confiante aqui em Gênesis 28. Ele não tem dúvidas. Ele diz: “visto que Deus está comigo e me guardará nesta jornada… certamente eu te darei o dízimo.” (Gn 28:22).

    É interessante notar na Bíblia que o dízimo é ligado com adoração. Em Gênesis 14, Melquisedeque abençoa a Abrão “e de TUDO lhe deu Abrão o DÍZIMO.” (Gn 14:20). Esta oferta era uma expressão de gratidão a Deus. Melquisedeque trouxe “pão e vinho”. Então no começo o pão e o vinho e o dízimo estão ligados com adoração.

    No Novo Testamento há duas ordenanças mencionadas. Em Atos 20:7: “no primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão …” Em 1a Coríntios 16:2: “no primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que não façam coletas quando eu for…” Se desejarmos ser servos fiéis como Jacó, teremos que reconhecer a importância destas ordenanças.

    Em Gênesis 35, Jacó voltou a Betel e edificou outro altar, erigiu uma coluna e derramou sobre ela uma libação consistindo de vinho, que na Bíblia é símbolo de alegria. No capítulo 28 vemos a reverência na presença de Deus e no capítulo 35 a alegria na presença de Deus. Em Lucas 24 vemos os dois aspectos – o terror, e a alegria. “Jesus apareceu no meio” (v 36). “Eles, porém… atemorizados… e perturbados…” (v 37-38). “Eles ainda, por causa de alegria…” (v 41). A presença dEle no meio sempre nos anima quando estivermos em condições para apreciar a comunhão íntima com o Senhor.

    Depois do capítulo 28, Jacó começa a SERVIR. Isto é um princípio na Bíblia. Adoração no capítulo 28, serviço a partir do capítulo 29. “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás …” (Mt 4:10).

    2. Peniel – a face de Deus (Gn 32)

    Ele descobriu que seu irmão Esaú estava lhe procurando junto com 400 homens. Ele fez os preparativos – um presente (v 18), os rebanhos (v 19), a família – Lia e Raquel, e finalmente Jacó “ficando ele só …” (v 24). Normalmente Deus revela a Sua vontade quando nós estivermos sozinhos na presença dEle. Moisés, no deserto, Elias, junto à torrente de Querite, e Jacó em Peniel, aprenderam a importância do afastamento das coisas materiais para buscar a face de Deus. Hoje em dia a ordem do Senhor Jesus aos Seus discípulos é a seguinte: “Tu, porém, quando orares, entra NO TEU QUARTO, e fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6:6). Talvez seja a atividade mais difícil na vida cristã, porém essencial.

    Note bem não é ele que está lutando com Deus mas ao contrário. Deus está lutando com ele (v 24). Jacó está nas mãos de Deus. “Até ao romper do dia …” Agora Jacó não pode lutar mais, só pode segurar. Deus quer que cada um de nós estejamos seguindo o exemplo de Jacó: “Não te deixarei ir, se me não abençoares …” (v 26). Jacó sempre buscava a benção de Deus. Ele cometeu erros, às vezes, todavia havia benção pois no coração a motivação era boa. Pare de lutar e aprenda a apreciar as bênçãos espirituais e terá condições para ver a face dEle.

    Finalmente, eu queria que você notasse a pergunta de Deus: “Como te chamas?” (v 27). Talvez ele estivesse lembrando a pergunta do pai dele há 20 anos: “Quem és tu, meu filho?”. Naquela ocasião ele tinha respondido: “Sou Esaú, teu primogênito” (Gn 27:19), para enganar seu pai. Se você deseja a bênção de Deus em sua vida espiritual, terá que ser bem honesto na presença de Deus. “O Senhor não vê como vê os homens”. É possível enganar os irmãos, é impossível enganar a Deus.

André David Renshaw

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