Liderar em meio a opiniões diferentes e conflitantes
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Liderar em meio a opiniões diferentes e conflitantes

Liderar em meio a opiniões diferentes e conflitantes

Opiniões diferentes e conflitantes, do ponto de vista histórico, existem desde que o homem se tornou homem. E do ponto de vista religioso, elas surgem desde os céus, quando os anjos obedientes a Deus e o Diabo e sua leva de seguidores não se coadunaram em suas idéias sobre quem tinha o direito absoluto de ser o Rei do Universo. A reação do Todo-Poderoso foi expulsar da comunidade celestial, mesclando ira implacável e justiça divina, aqueles opositores causadores de conflitos. Opiniões diferentes permeiam, de fato, toda a história da humanidade e há centenas de casos bíblicos de líderes que souberam lidar com entraves no campo das opiniões e outros que se perderam no meio deles. Então, perguntamos: Por que, na opinião de alguns, é tão difícil (mas não impossível, graças a Deus e ao líder) lidar com liderados que não compactuam as mesmas formas de pensar?
I. Nem todos podem ser líderes
Creio que assim como um mestre se realiza quando constata que seus discípulos se tornam mestres, da mesma forma um líder se alegra de ver brotar de seus esforços outros líderes capazes de formar outros. Estes herdam, com certeza, muito do primeiro líder. Então, há um entalhe na forma que forma algumas características das gerações de líderes e isso é, na maioria dos casos, positivo. Mesmo que nessa geração houve idéias diferentes e conflitantes, os líderes se sobressaíram por saber administrar isso, levando os liderados a um denominador comum, mesmo quando tais modos diferentes de pensar ocorreram entre eles. A maturidade e o senso de realização contribuíram muito para a criação de um consenso. Então, houve consecução. Todavia, há os liderados, dentre os quais a maioria nunca será líder. E dentre essa maioria, há uma razoável porcentagem que pela imatura vontade de achar que suas idéias sejam soberanas, causarão problemas de relacionamentos pessoais, principalmente porque tais pessoas não estão preparadas para viver em grupo. Enquanto até sonham com uma liderança futura, já são maus líderes de si mesmos, pois deve haver uma luta árdua dentro de si mesmos entre o desejo de vindicar seus pensamentos e o desejo de submissão, aprendizado, crescimento e outros ingredientes para o caminhar bem-sucedido de projetos, alvos e metas cuidadosamente pensados e elaborados pelos líderes para o bem dos liderados e de todos os que disso venham a se beneficiar.
Então, o líder deseja com amor, principalmente quando ele é cristão, ajudar estes que impõe suas alucinações intelectuais a reverem seus conceitos e é nisso que muitos líderes sofrem. A imaturidade, a inflexibilidade e a inconsistente e vaga noção sem-noção do “eu sou o melhor e a solução para o bem de todos” geram crises entre pessoas do grupo com o mesmo padrão de comportamento. Causa desconforto para aqueles que estão progredindo no treinamento para um dia se tornarem líderes. E, não raro, colocam o líder numa difícil posição entre investir naquelas pessoas problemáticas e simplesmente dizer a elas: “Você está atrapalhando.”
O problema, então, não está em não ter o perfil de liderança. De fato, há não-líderes que contribuem muito com alvos e metas, sonhos e projetos. Sem eles, o líder nem seria líder. Mas o problema reside naqueles que não aceitam se moldar. Se Deus tivesse estômago, como concebemos, saberíamos que a primeira gastrite celestial poderia ter surgido lá. E perdoe minha se estiver falando heresia, mas não fui eu quem disse: “Vou vomitar-te de minha boca.” (Apocalipse 3:16).
O Perfil de certos “inlideráveis”
Torna-se difícil conviver com pessoas, dentro de um sonho de conquista, que fecham a cara e se tornam críticos porque suas idéias não foram aceitas e porque não têm a inteligência desenvolvida para compreenderem que o sucesso está às portas. Eles são aquela moeda que “se infrestrou” entre a porta e o chão e freia o abrir dela. Tornam-se negativos, só veem defeitos. O professor Marins, antropólogo empresarial, fala que tais pessoas, quando são imutáveis em seu modo de agir, devem ser recomendadas para a concorrência. No âmbito cristão, a concorrência é ser excluído do sonho, mas não ser esquecido como cristão. Desculpas aos meus líderes, mas eis o desafio maior do líder: conciliar o amor de Cristo e a esperança de crescimento com as evidências reais contra quem não contribui. Tolerar como Jesus é o ideal – perdoou, compreender fraquezas, mas implorar “faze logo o que tens para fazer”, ou seja, “cai fora”, isso deve doer no coração de qualquer líder amoroso, mas que precisa ser justo e pensar em todos e no sonho. O líder cristão não exclui sem dó os que não se adéquam de forma alguma ao todo. Ele faz isso porque o ama, e sabe que precisará gastar tempo para com tal pessoa, porque o Espírito Santo de Deus poderá ter planos para aquele que precisa ser reajustado.
As limitações dos líderes em face de conflitos pessoais.
Um dos grandes e mais respeitáveis líderes da Convenção Batista Brasileira, com reconhecimento internacional, a quem tenho por um pai espiritual, diante de uma situação difícil com uma ovelha, saiu do seu gabinete queixando-se de dores no peito e pedindo que orássemos por aquela pressão emocional. Críticas infundadas a seu respeito causou-lhe impacto, e da parte de quem não aceitava sua liderança. Pude vê-lo abatido. Esse mesmo líder-pai me abraçou um dia, num momento que estava sendo caluniado por líderes da maldade, aos quais oro pelo arrependimento, e me acolheu com lágrimas (a frase é dúbia porque ambos chorávamos, eu mais do que ele). Ele me disse naquela ocasião: “Você pode, você tem um chamado, eu te amo como filho.” Ao chegar em casa, lembrei-me de que algumas vezes o critiquei, não agindo como líder e refleti muito: Um homem de Deus que sofre por causa e pela causa, que é líder mas pede para orarmos por ele, que compartilha o choro, que lida com adversidades e consegue encorajar – por mais encorajador que isso possa ser, revela-nos estes acontecimentos nossas fragilidades e quão desafiadora pode ser a arte de liderar. É um grande mentiroso aquele que diz: “O líder não leva problemas para casa.” Isso para mim seria amnésia. Seria ser ator. Prefiro dizer que o líder leva sim problemas para casa e, por iss
o, entrega suas ansiedades a Deus. Mas há sim um desafio interno. Líderes não são insensíveis. São homens preparados por Deus para lidar com paradoxos, desconfortos emocionais. E mesmo que o sonho os impulsionam a vibrar no espírito com suas metas cumpridas, eles são humanos imperfeitos como nós.
Ouviu-se certa vez um líder perder a paciência e uma panelinha daqueles que jamais conseguiram entender seus planos e sonhos, bem como sua equipe de líderes, desferiram as seguintes palavras: “Quando suas ovelhas e liderados erram, você reage assim?” E ele respondeu: “Permita-me confessar meu erro.” Ele agiu certo. Biblicamente. Não se justificou. Mas dentro de seu coração arrependido, duvido que ele apenas tivesse achado aquela ocasião como uma lição para crescimento espiritual. Lá no seu mais profundo do ser, aposto os meus sonhos se ele não gemeu no íntimo com pensamentos do tipo: “Mas também, olha o que me fizeram”, “como puderam se rebelar se são meus irmãos em Cristo”.
Conclusão
Preferi um texto sem conteúdo bibliográfico, mas com um biográfico. Tenho aprendido a liderar. Quero ser ensinado por Deus a lidar com as dificuldades e jamais desistir dos que desistem de mim como líder. Aprecio aqueles que me dão contingências para crescer e atingir novas metas, para que eu possa, como líder fazer o mesmo, e vice-versa. Desejo que os meus erros em que não me comportei como um bom liderado e/ou líder me alertem para não mais repeti-los, para a glória daquele que foi o maior líder de todos e que, mesmo assim, deu chicotadas, chorou, e morreu por mim. Oro a Deus para que eu possa melhorar uma habilidade divina que tenho: Separar os erros de quem os comete, principalmente quando esse alguém é uma demonstração vívida de um líder que resiste às dificuldades de e em seu ministério e que é sensível à liderança de Cristo. Que eu possa lideram com amor, e contagiar com tal amor até os insubordináveis, os “donos-da-verdade” a se humilharem, como peões do chefe Jesus, a em equipe buscarem a verdade do Dono.

 

José Fernando Galli de Paula

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