Ageu – O Compromisso do Povo da Aliança
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Ageu – O Compromisso do Povo da Aliança

Ageu – O Compromisso do Povo da Aliança – Luciano de Paula Lourenço

 
Texto Básico: Ageu 1:1-9
“Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ag 1:3,4,6,7; 2:9).
INTRODUÇÃO
Ageu é o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem girava em torno da construção do segundo Templo. Os judeus estavam indiferentes, espiritualmente mornos e acomodados em relação à obra de Deus. O povo estava cuidando de embelezar suas próprias casas, enquanto a Casa do Senhor permanecia em ruínas. Na construção do primeiro Templo, houve uma atitude oposta à atitude que eles estavam adotando: Davi pensou em fazer o melhor para Deus (2Sm 7:2), eles estavam pensando em fazer o melhor para si mesmos; Davi colocou Deus e sua casa em primeiro lugar, eles estavam colocando a si mesmos e suas casas em primeiro lugar. O problema deles não era falta de recursos, mas falta de prioridade. Porém, tão logo a voz de Deus soou em seus ouvidos por intermédio de Ageu, o povo demonstrou arrependimento. Imediatamente, então, Deus os restaurou e os confortou com sua presença.
A presença de Deus conosco é a maior necessidade, o maior refúgio e o maior estímulo para fazermos sua obra. Tão logo o povo se voltou para Deus, Deus se voltou para o povo. Tão logo eles se humilharam e obedeceram, Deus se tornou favorável a eles e os fortaleceu com sua presença.
O problema do povo não era a presença dos inimigos nem a enormidade dos obstáculos, mas a ausência de Deus. Se Deus está conosco nenhum problema pode deter os nossos passos. O apóstolo Paulo pergunta: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).
I.  O LIVRO DE AGEU
1. Contexto histórico. O livro do profeta Ageu é o segundo menor do Antigo Testamento. Ageu foi o primeiro profeta do período pós cativeiro babilônico. O livro de Esdras relata as primeiras décadas do período pós-exílio.
Juntamente com Zacarias, seu contemporâneo, Ageu foi usado por Deus para encorajar o povo a reconstruir o Templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonosor em 586 a.C. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45:1-3; Jr 25:11,12; 29:10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). Dezesseis anos antes da reconstrução do Templo em Jerusalém, o remanescente, com aproximadamente 50 mil pessoas, voltava à Judéia sob a liderança de Zorobabel e Jesua(ou Josué) a fim de pôr em prática o decreto real (Ed 1 e 2), em 536 a.C. Dois anos depois, os alicerces do Templo haviam sido assentados, entre louvores e lágrimas (Ed 3:8-13), e as expectativas da reconstrução pareciam brilhantes. Todavia, os inimigos, da raça mista dos samaritanos, haviam-se colocado contra os judeus durante todo o reinado de Ciro, rei da Pérsia, até ao ano segundo do reinado de Dario, rei da Pérsia (Ed 4:24). A construção do Templo cessou pouco depois de ter começado, em 534 a.C. A letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Somente em 520 a.C, sob autorização de Dario (cf. Ed cap. 6) e, após este,  sob autorização de Artaxerxes (cf. Ed 6:14), Ageu, acompanhado pelo profeta Zacarias, conclama Zorababel e o povo a retomar a construção da casa de Deus. Em 516 a.C., vinte e um anos após lançados os alicerces (Ed 3:10), o Templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf Ed 4-6). A arca da aliança, contendo as duas tábuas da lei, não fazia parte do Templo novo. Ela teria sido destruída numa ocasião anterior desconhecida, da história de Israel.
O reinício e conclusão da construção do Templo só foi possível graças aos ministérios proféticos de Ageu e Zacarias (ver Ag 1:9-11). Suas profecias incluíam: (1) ordens diretas de Deus (Ag 1:8); (2) advertência e repreensão (Ag 1:9-11); (3) exortação (Ag 2:4); e (4) alento mediante a promessa de bênçãos futuras (ver Ag 2:6-9).
O inimigo surgiu e se opôs à obra (Ed 5:3). Sempre que houver progresso espiritual, podemos prever que virão oposição e provação da parte de Satanás  e dos inimigos de Deus. O povo de Deus deve enfrentar tal oposição com oração contínua a Deus, confiando nele e avançando até à conclusão da obra.
Ageu profetizou apenas durante quatro meses (Ag 1:1; 2:1; 2:10; 2:20). Zacarias começou a profetizar dois meses depois de Ageu (Zc 1:1) e teve um ministério mais longo. O ministério destes dois profetas pós-exílio, em muito contribuíram para a conclusão das obras, apesar dos muitos obstáculos e reveses.
A obra de Deus sempre requer a participação dos seus profetas, na realização do seu propósito concernente a qualquer geração.
2. Vida Pessoal. O nome Ageu significa “festivo”. Provavelmente ele nasceu num dia de festas, e por isto foi chamado de “minha festa”. Ageu só é citado fora do seu livro em Esdras 5:1 e 6:14. Alguns eruditos o consideravam membro da classe sacerdotal.
Há um consenso praticamente unânime de que Ageu foi o autor do livro que leva o seu nome. Pouco sabemos acerca dele. Nada sabemos sobre seu pai nem sobre o lugar do seu nascimento. Ageu é a única pessoa com esse nome mencionado no Antigo Testamento.
Possivelmente, Ageu conhecera as glórias do Templo salomônico (Ag 2:3). De acordo com a tradição judaica, ele viveu a maior parte de sua vida na Babilônia. Sendo assim, ele já devia ser um homem com mais de oitenta anos quando levantou sua voz profética em Jerusalém. Alguns estudiosos defendem que ele nasceu na Babilônia durante o exílio e conviveu com o profeta Daniel.
Ageu profetizou no segundo ano do rei Dario, no sexto mês e no primeiro dia da semana. Ageu apareceu repentinamente no ano 520.C. e de igual modo desapareceu. Nada se sabe de sua vida antes ou depois da sua pregação.
3.  Zorobabel. Zorobabel, governador de Judá, e Josué, o sumo sacerdote, eram os líderes-chaves para a reconstrução do Templo. Quando Ageu se levantou, a mando de Deus, para motivar o povo à reconstrução do Templo, ele dirigiu primeiramente a sua mensagem a estes lideres notáveis, a fim de encorajá-los a terminar a obra de reconstrução do Templo em Jerusalém.
“Zorobabel é uma das pessoas listadas nas genealogias de Jesus. Duas coisas fazem Zorobabel significativo e o ligam a Cristo: primeiro, Zorobabel é um sinal de um homem escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus fez fluir vida, liderança e ministério. O que Zorobabel fez em partes, Jesus fez por completo como o Servo do Senhor; segundo, Zorobabel está, também, na linhagem do Messias. As listas dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho de Selatiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo” (Bíblia de Estudo Plenitude, p. 914).
Só relembrando, o povo judeu voltou do cativeiro babilônico em três levas: (a) Sob a liderança de Zorobabel, com a autorização do imperador Ciro, para reconstruir o Templo; (b) Sob a liderança de Esdras para ensinar a Lei; (c) Sob a liderança de Neemias para reconstruir os muros. Tanto Esdras como Neemias voltaram sob o governo de Artaxerxes I (465-424 a.C). Os judeus que voltaram para Jerusalém foram profundamente influenciados pela fé dos seus pais mesmo no cativeiro. A criação das sinagogas no exílio para o estudo da lei e dos profetas exerceu uma grande influência na inspiração da fé religiosa daqueles que retornaram à Jerusalém. O cativeiro babilônico foi decisivo para os judeus deixarem a idolatria. Clique aqui para ler o texto completo »

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